segunda-feira, 5 de abril de 2010

OS NOMES DAS ESTRELAS

Mas qual a razão de ser importante cada Estrela ter o seu nome, se parecem todas iguais?

Pois bem, só parecem a quem não está por dentro da Astronomia ou, mais grave, a quem não olha para Elas com a devida atenção.
Não estar por dentro da Astronomia acaba por ser normal, é algo não criticável, porque quem se dedica a Ela é uma orgulhosa minoria.
Não olhar para um dos espectáculos mais belos que podemos ter, o Céu Nocturno, revela indiferença ou distracção. E isso sim, é mau.
Mas não fugindo ao assunto...

Por que motivo é importante todo e cada um dos maravilhosos Pontos de Luz que nos animam as noites ter nome? A meu ver, que sou um apaixonado pelo Céu, porque todo e cada um é uma entidade, com a sua personalidade definida, o seu ser revelado pelo brilho e pela cintilação própria de cada Estrela.

Não nos chamamos todos António, José ou Maria... Quer dizer, Maria talvez... :)
Os cães não são todos Bobby, Putchi ou Joli!
Os gatos não são todos Bichano, Tareco ou Tonecas!

Então onde está o motivo de englobarmos as Estrelas todas num pacote? "As Estrelas", como se fossem algo indistinto, insignificante. É que quem olha para o Céu e diz "as Estrelas", nem pensa que lá estão Planetas, Nebulosas, Aglomerados, Galáxias, entidades diferentes, todas merecedoras do seu nome, que é o que nos identifica e distingue.


Eu acredito que o que distingue as pessoas são os detalhes, os pormenores. Pois são também eles que distinguem as Estrelas e definem a sua personalidade.

Olho para Antares, no coração do Escorpião, e vejo força, pujança, talvez um pouco de retaliação intrínseca ao próprio animal que representa. E de onde vem "Antares"? Tal como disse no post anterior, de "Anti-Ares", uma guerra com o Deus da Guerra, uma necessidade de contradição.
Não é uma Estrela sempre positiva, e por isso me identifico por vezes com Ela.

Olho para Sírio, a Estrela do Cão, e vejo um brilho inconfundível. É inevitável sentir o poder do seu brilho e da sua cintilação, um dos espectáculos nocturnos mais belos. Sinto Paz, como se algo bom estivesse a nascer em mim. É uma renovação, um brotar de força. Analiso o seu nome, e o que me diz? Que "Sírio" vem do Grego "seirios", que quer dizer "brilhante" ou "o escaldador". Já os antigos Egípcios adoravam Sírio por esta indicar a altura do ano em que deveriam renovar as suas culturas.

Vega... Bem, Vega é outra Estrela especial.
Já Carl Sagan (o eterno Carl Sagan) sentia um especial carinho por Vega, e eu partilho desse sentimento. Na sua obra "Contacto", ele não escolheu Vega ao acaso. Ninguém escolhe nada ao acaso, quando essa escolha está dentro da nossa lista de paixões.
Mas o que vejo eu quando olho para Vega? Luz. Muita Luz. Uma cintilação intensa, a sensação óbvia de energia radiada e enviada especificamente para mim, como se me quisesse dizer algo. A transmissão de Conhecimento, de História, de Passado, de Futuro, de Sonho. E o que diziam os Babilónios de Vega? Que era O Mensageiro da Luz.

Escrevo estes textos para todos e para ninguém. Para o Mundo e para Mim.

Partilho a minha Paixão pela Astronomia e a minha visão tão, mas tão própria das coisas. Mas não sou o único a pensar assim, estas formas de pensar têm séculos, milénios! São comuns a quem se deixa encantar pelas maravilhas que a noite não nos mostra, mas nos pede para procurar. E basta olhar...
Espero que quem ler isto (e sei de quem o faça), mesmo que "não partilhe de forma tão intensa desta minha paixão" (é uma citação... :) ), experimente um bocadinho do que aqui falo. Sozinhos, num qualquer lugar escuro, olhem para o Céu. Não pensem nele propositadamente.
Deixem que ele vos diga o que pensar...

3 comentários:

Nádia disse...

As tuas palavras fazem qualquer um querer partilhar desse sentimento, dessa paixão pelo céu nocturno... :)

Marjory disse...

Muito interessante... Todo ano, aki no Brasil, acontece a olimpíada de Astronomia e um dos temas para 2010 é ESTRELAS. Plêiades, um aglomerado aberto de jovens estrelas é visível no céu. É esplendoroso observá-lo pois suas estrelas brilha muito. São de cor azul. Vc já viu?
Um grande abraço!!!
Marjory

Carlos Capela disse...

Já vi, sim!
As Plêiades são um dos mais belos espectáculos que podemos ter no nosso céu. Principalmente para os principiantes, conseguir identificar, conhecer e compreender o que são as Plêiades, representa um dos possíveis pontos de partida para a vontade de conhecer mais sobre o nosso Universo!