segunda-feira, 28 de maio de 2012

CALENDÁRIO CÓSMICO - 5

Tenho vindo a falar do Calendário Cósmico apresentado por Carl Sagan, que é uma forma de ver o tempo a uma escala mais compreensível ao Homem comum. Recomendo a leitura dos anteriores 4 posts para quem ainda não leu, antes de ler este.

E é precisamente no Homem que é centrado o post de hoje, ou não fossem os tempos recentes os tempos do reinado do Homem, com tudo o que isso acarreta de bom e de mau. Falo das conquistas, da evolução humana e dos progressos (?) entretanto atingidos.

O dia 31 de dezembro do calendário cósmico resume os últimos 41 milhões de anos de História da Terra. Parece muito tempo, mas lá está... a Astronomia é uma Ciência de escalas, e se compararmos estes 41 milhões de anos com os 15 mil milhões que decorreram desde o Big Bang, vemos que 41 milhões são menos que 0,3%. Elucidativo? Eu acho...

Antes de descrever os acontecimentos recentes deste dia 31, convém recordar que aqui, cada segundo equivale a 475 anos reais.
Vejamos:
  • 13h30: origem do Proconsul e do Ramapithecus, prováveis antecessores dos homens e dos macacos
  • 22h30: primeiros seres humanos
  • 23h00: utilização generalizada dos utensílios de pedra
  • 23h46: domínio do fogo pelo homem de Pequim
Convém explicar que o Proconsul e o Ramapithecus são anteriores ainda aos primatas, que todos conhecemos como os nossos antepassados. Ainda não tinham exatamente formato de primata, mas a morfologia do seu corpo era já disso indicadora.
Destaco ainda o facto de o domínio dos utensílios de pedra e da descoberta do fogo terem decorrido numa fase tão avançada deste calendário.
Basta analisar este facto: considerando um ano desde o "início dos tempos", só a 14 minutos do fim do ano o Homem descobre o fogo...
  • 23h56: início do período glaciário mais recente
  • 23h58: navegadores colonizam a Austrália
  • 23h59: pinturas rupestres por toda a Europa
Entramos no "último minuto cósmico", e só agora o Homem começa a deixar um legado escrito para os seus descendentes. Ainda assim, a evolução do desenho não chegou a mim...


Daqui para a frente, a evolução e os factos sucedem-se de tal forma que é necessário fazer a análise "ao segundo".
  • 23h59m20: invenção da agricultura
  • 23h59m35: civilização neolítica. Primeiras cidades
  • 23h59m50: primeiras dinastias na Suméria, em Ebla e no Egito. Desenvolvimento da Astronomia
A Astronomia apareceu muito recentemente, por este ponto de vista, mas por outro lado, que outra Ciência é mais antiga? As primeiras observações do Céu "com olhos de ver" foram efetuadas há menos de 5000 anos. Seria uma Astronomia extremamente rudimentar, puramente observacional e sem qualquer conhecimento do que de facto se passa "lá em cima".

Contudo, o reconhecimento da época do ano em que certas Constelações e Estrelas apareciam no Céu ia ajudando a agricultura. Por exemplo, no Egito sabia-se que quando Sírio (do Grego Seirios, que significa "brilhante", Alfa Canis Majoris ou Estrela do Cão para os amigos), a Estrela mais brilhante do hemisfério Norte, aparecia no horizonte a Nascente, logo atrás de Orion, era a altura ideal para renovar culturas e plantações, pois antecedia a inundação anual do Nilo e o Solstício de Verão. Os egípcios sabiam que Sírio surgiria ao nascer do Sol após estar ausente do Céu durante 70 dias, o que revela uma extraordinária capacidade de observação e previsão.
Pessoalmente, acho que é essa uma das caraterísticas da Astronomia, o poder de previsão que quase sempre se aplica... e também é isso que me fascina.

Continuo no próximo post, com o tema da evolução do Homem nestes 10 segundos que faltam...

quinta-feira, 24 de maio de 2012

CALENDÁRIO CÓSMICO - 4

Continuando no tema dos últimos posts, a compressão da idade do Universo para caber num único ano...
Recordo que o objetivo desta análise é o de dar uma melhor perspetiva da evolução da Vida e do Universo, comparando distâncias temporais relativas.

No último post, estive a analisar aproximadamente meio do mês de dezembro. Trato hoje de analisar a outra metade, deixando os detalhes do dia 31 para outro dia.

O que diz o calendário cósmico de Carl Sagan?
  • Dia 20: período silúrico. Primeiras plantas vasculares. As plantas começam a colonização da Terra
  • Dia 21: período devónico. Primeiros insetos. Os animais começam a colonização da Terra
Faço aqui o meu primeiro comentário deste post.
O silúrico foi um período que terminou há 416 milhões de anos. Nesta altura já havia plantas E NÃO HAVIA HOMENS. O Planeta estava povoado de uma planta chamada Cooksonia (que a seguir mostro numa reconstituição) e NÃO HAVIA UM ÚNICO HOMEM.


O devónico sucedeu ao silúrico e terminou há 359 milhões de anos. Nesta altura já havia animais E NÃO HAVIA HOMENS. A Terra ainda tinha apenas 3 continentes, pois a Pangeia (continente único que, ao dividir-se, formou os que agora conhecemos) ainda estava em fase de formação, e já havia tubarões primitivos no topo da cadeia alimentar. NÃO HAVIA UM ÚNICO HOMEM.

Mais uma vez eu digo: com que moral achamos que o Planeta é nosso, quando foram os animais e as plantas que nos receberam na casa que já era deles?

Continuando:
  • Dia 22: primeiros anfíbios. Primeiros insetos alados
  • Dia 23: período carbonífero. Primeiras árvores. Primeiros répteis
  • Dia 24: início do período pérmico. Primeiros dinossauros
  • Dia 25: fim da era paleozoica. Início da era mesozoica
Ok, estamos no "dia de Natal cósmico". Não interrompo aqui para dar um presente a ninguém.
Por esta altura, há 245 milhões de anos (ou há 6 dias, dependendo da visão de cada um...), ainda não tínhamos continentes formados. Houve uma extinção em massa em cerca de 95% da vida na Terra, por causas não conhecidas. Há quem afirme que foi devido a alterações climáticas bruscas, há quem afirme que foi devido a um meteoro que colidiu com a Terra. De qualquer das formas, as trilobites, de que falei no post anterior, desapareceram na chamada Extinção Permo-Triássica, bem como muitas outras espécies.
  • Dia 26: período triássico. Primeiros mamíferos
  • Dia 27: período jurássico. Primeiras aves
  • Dia 28: período cretácico. Primeiras flores. Extinção dos dinossauros
É possível que alguns dinossauros tenham tido a bênção de ver a beleza das flores, mas muitos não devem ter existido a tempo de as contemplar.


Pensemos agora de outra forma. Os dinossauros extinguiram-se há 65 milhões de anos, muito provavelmente devido ao impacto de um meteoro com a Terra (na zona do México), que provocou efeitos cataclísmicos de tal ordem violentos, que grande parte da Vida foi varrida da Terra. Mas voltando aos 65 milhões. Parece muito tempo, e é muito tempo. Mas na história do Universo não representa nem 1% que decorreu entretanto...
Vistas as coisas deste ponto de vista, os dinossauros não foram nossos contemporâneos, é certo, mas faltou pouco!
  • Dia 29: fim da era mesozoica. Início da era cenozoica e do período terciário. Primeiros cetáceos. Primeiros primatas.
Só agora surgem os nossos antepassados primatas...
  • Dia 30: princípio da evolução dos lobos frontais nos cérebros dos primatas. Primeiros hominídeos. Mamíferos gigantes
Só agora (ontem?) se começa a desenvolver o cérebro com a forma que hoje conhecemos e temos.
Mas é preciso lembrar que hominídeos não significa homens. Os hominídeos eram o "Homem primordial" e a evolução deu-se por vários estágios, um dos quais o Australopithecus Africanus, que mostro em representação a seguir.


A forma dos nossos antepassados ainda faz lembrar muito mais um primata do que um Homem (ainda que haja homens muito parecidos com primatas, principalmente no comportamento...).
Estes australopitecos foram primeiro detetados na África do Sul (daí o prefixo australo, que indica "sul"), mas recentemente foram descobertos fosseis no Chade.

Mas, é claro, o Homem tem de surgir, até porque já não falta muito tempo no calendário cósmico...
  • Dia 31: fim do período pliocénico. Período quaternário (plistocénico e holocénico). Primeiros seres humanos
O ser humano desenvolve-se maioritariamente no plistocénico, a par com os mamutes e os tigres dente-de-sabre, por exemplo. Este período teve início há 1 milhão e 806 mil anos e terminou há cerca de 11500 anos, o que nos permite visualizar melhor a escala de tempo.
O holocénico é o nosso tempo atual, que começou com a última era glaciar (Idade do Gelo).

Penso que este é um bom momento para terminar este post.
No próximo, irei entrar nos detalhes do último dia do ano cósmico.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

CALENDÁRIO CÓSMICO - 3

Na senda dos 2 últimos posts, continuo na descrição do calendário cósmico de Carl Sagan.
Se, eventualmente, este é o primeiro post da "saga" que lê, recordo que o objetivo é comprimir todo o tempo decorrido desde o Big Bang até hoje no espaço de um ano, para que assim se possa ter uma melhor perspetiva da evolução do Universo e da Vida. Neste caso, remeto o leitor para os 2 últimos posts antes de ler este, para que o encadeamento seja muito mais lógico.

Se, por outro lado, acompanhou o que já escrevi sobre este tema, hoje falo de aproximadamente uma quinzena do mês de dezembro.
  • Dia 1: começa a desenvolver-se na Terra uma atmosfera de oxigénio significativa
  • Dia 5: vulcanismo intenso e formação de canais em Marte
Talvez tenha sido por esta altura (há uns incríveis 1000 milhões de anos ou há uns meros 24 dias atrás, dependendo da perspetiva - pessoalmente, prefiro a última...) que se formaram duas formações do mais incrível que podemos ter em Marte e no Sistema Solar: o Olympus Mons e os Valles Marineris.



Não vou entrar em detalhes sobre qualquer destas formações, mas digo apenas que o Monte Olimpo é o maior vulcão conhecido do Sistema Solar e tem uma altitude de cerca 26 km (a proporção "o triplo do Everest" ajuda a dar uma ideia...). Quanto aos Valles Marineris (Latim para Mariner Valleys, pois foi a sonda Mariner 9 que o descobriu), que são o Grand Canyon lá do sítio, ainda que ele caiba bem lá dentro, tem cerca de 20 000 km de comprimento e atinge uma profundidade de 7 km.

Atravessamos depois uns "dias" em que nada de verdadeiramente significativo acontece no Universo (que nos ajude a perceber o nosso lugar nele, atenção!). Mas depois a sucessão de marcos históricos é incrível. Vejamos:
  • Dia 16: primeiros vermes
  • Dia 17: fim do précâmbrico. Início da era paleozoica e do período câmbrico. Desenvolvimento dos invertebrados
Interrompo aqui para recordar um facto. Não só o Homem ainda não existe, tal como faço sempre questão de lembrar, como os animais mais complexos que existem são os invertebrados, que ainda estão em fase de desenvolvimento! E estamos a uns meros 15 dias do final deste "ano cósmico". Haverá, com certeza, quem prefira pensar que estes 15 dias representam 600 e tal milhões de anos, e que isso é muito tempo. Eu, que sempre fui mais racional, penso que só falta 4% do tempo que decorreu desde t=0 (Big Bang) até agora, e nós, Homens, ainda somos um projeto à espera de nascer.

Continuando:
  • Dia 18: primeiro plâncton oceânico. Desenvolvimento das trilobites
  • Dia 19: período ordovício. Primeiros peixes, primeiros invertebrados
Impõe-se explicar o que são trilobites. Em linguagem corrente, são bichos muito feios. Em linguagem científica, são artrópodes, como as aranhas, os gafanhotos ou as centopeias. Não têm um aspeto bonito para quem não gosta de os estudar... ou de ter um a passar perto, como eu. Talvez, terem sido os primeiros animais a surgir na Terra justifique, em parte, o facto de aproximadamente 84% das espécies animais conhecidas sejam artrópodes. As trilobites possuíam um exoesqueleto com muito carbonato de cálcio, o que permitiu que deixassem uma imensa quantidade de fósseis. Foram também os primeiros animais a desenvolver olhos complexos. Os primeiros olhos à face da Terra...

Continuo no próximo post a falar dos últimos dias deste dezembro.
O dia 31 será tratado depois.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

CALENDÁRIO CÓSMICO - 2

Na sequência do post de há uns dias...

E se apertarmos, apertarmos, apertarmos os 15 mil milhões de anos que decorreram desde o Big Bang, o início da contagem do tempo (t=0), até hoje, por forma a que esses 15 mil milhões de anos tomem a forma de um único ano? Ficaremos com uma melhor perspetiva das coisas, porque a escala é-nos muito mais familiar. Essa é uma caraterística muito particular que distingue a Astronomia das outras Ciências: a escala. Mas sobre isso falo outro dia...

Voltando ao tema... o que se terá passado até ao "novo" dezembro, o deste "ano cósmico"?
Então vá, comecemos pelo óbvio, com mais duas datas de seguida:
  • 1 de janeiro: Big Bang
  • 1 de maio: origem da Via Látea
  • 9 de setembro: origem do Sistema Solar
Eh, pá... espera aí... já se passaram dois terços do ano e só agora começa a surgir o Sistema Solar?
Exatamente! (Sim, também fiquei surpreendido...)
Repare-se que, até aqui, a "única coisa" que aconteceu foi a acreção de matéria que andava "à deriva" após o Big Bang. A força gravítica foi fazendo com que se fossem formando as Galáxias e, mais tarde, os sistemas planetários, como o nosso, tal como representado em baixo.


Mais algumas "datas" significativas:
  • 14 de setembro: formação da Terra
  • 25 de setembro: origem da Vida na Terra
  • 2 de outubro: formação das rochas mais antigas que se conhecem na Terra
  • 9 de outubro: datas dos fósseis mais antigos (bactérias e algas azuis)
Entre a formação da Terra e o surgimento da Vida passaram cerca de 340 milhões de anos.
É muito?
É. À nossa escala...
O calendário cósmico revela que passaram apenas 9 dias, uma fração muito pequena do ano (de qualquer ano), desde que o nosso Planeta se formou até aparecer o primeiro microorganismo com vida.
Pode inferir-se daqui que somos uns verdadeiros privilegiados por habitar um Planeta com tão boas condições para o florescimento da Vida... mas que somos uns imbecis por destruir a Verdadeira Maravilha da Natureza: a própria Natureza! Mas isso são outras contas...

Mais uma data:
  • 1 de novembro: invenção do sexo pelos microorganismos
Não, não vou fazer piadas...
Mas aqui, mais que tudo, surge uma verdadeira evolução biológica. O sexo não pode deixar de ser considerado um salto de gigante na evolução da Vida.
E relembro: até aqui, nada de Homem. Zero! Está longe de aparecer! E não sei se já disse isto: ainda achamos que a Terra é nossa? NOSSA?

Continuando:
  • 12 de novembro: plantas fotossintéticas fósseis mais antigas
  • 15 de novembro: aparecimento das eucariotas
Sabem o que são as eucariotas? São as primeiras células com núcleo. Sem núcleo chamavam-se procariotas. Eram estruturas muito simples, sem núcleo nem órgãos internos, como as bactérias.
As eucariotas são bastante mais complexas, e além do núcleo surgem os CROMOSSOMAS.
Tão básicos eles são para a Vida tal como a conhecemos e, quando aparecem, já o Universo tem mais de 90% da sua idade atual... Deixo em baixo uma imagem que dá uma ideia do aumento de complexidade celular registado nesta altura.


Eu sei que já disse isto, mas o Homem ainda não apareceu, e já estamos a chegar a dezembro.

Nos próximos dias continuo...

terça-feira, 8 de maio de 2012

CALENDÁRIO CÓSMICO - 1

Por vezes temos a ideia de que o mundo sempre cá esteve, e que o Universo é intemporal. Não é.
Por vezes temos a ideia de que o Homem foi o primeiro ser a habitar o planeta, e por isso o domina. Não foi.
Por vezes temos a ideia de que temos mais direitos que os outros animais. Não temos.

Sem querer entrar em questões puramente filosóficas, hoje e no(s) próximo(s) post(s) vou falar um pouco de algo que, juntamente com outros fatores, serve de base real para as minhas afirmações de cima, o calendário cósmico de Carl Sagan.

Quem me conhece, sabe que Carl Sagan é uma inspiração para mim. Pelo brilhantismo da sua escrita e pela abrangência dos seus conhecimentos, pela disponibilidade de ensinar os outros e pela qualidade com que o faz, Sagan é o Sr. Ciência, um título que lhe atribuí e gosto de usar.
Não afirma nada que não justifique, não lança dúvidas sem dizer o porquê, não especula sem prevenir primeiro que o vai fazer. Isto é ser professor e cientista.

Pois bem, para melhor explicar o lugar do Homem no contexto geral da Vida, e para uma melhor visualização da história da Vida, do Planeta Terra e do próprio Universo, Sagan criou um calendário cósmico, cujas 0h do dia 1 de janeiro equivalem ao momento do Big Bang, e as 24h do dia 31 de dezembro equivalem, basicamente, a hoje...
Nessa escala que, como vou mostrar, nos dá uma perspetiva absolutamente diferente da nossa pequenez no contexto da Vida na Terra e da própria Terra, os 15 mil milhões de anos que passaram desde o Big Bang são comprimidos de tal forma que:
  • 1000 milhões de anos "reais" representam 24 dias deste "ano cósmico";
  • 475 anos "reais" representam 1 segundo do "ano cósmico".
Não é muito difícil de compreender a comparação, penso, mas se porventura algum leitor não compreender, por favor diga, que tratarei de tentar explicar melhor.
De qualquer forma, penso que os próximos posts trarão factos e exemplos bastante ilustrativos.

Também no "Cosmos" Sagan aborda este tema, mas no livro que estou correntemente a ler, "Os Dragões do Éden", o Sr. Ciência divide a sua explicação do calendário cósmico em 3 partes:
  • Datas anteriores a dezembro;
  • Mês de dezembro;
  • Dia 31 de dezembro.
Uma vez mais, a explicação do porquê desta divisão ficará clara no(s) próximo(s) post(s).

Não vou adiantar mais por hoje. Deixo apenas a dica para aqueles que ficaram curiosos (espero que muitos) seguirem este blogue nos próximos dias e até que participem porque, muito sinceramente, acho este tema muito interessante.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

MAIOR LUA DE 2012... aos nossos olhos

Amanhã, o céu vai ser iluminado por uma «Supar Lua». Trata-se da maior lua cheia do ano, que resulta do movimento elíptico que o satélite descreve à volta da Terra.

Quem este sábado à noite olhar para o céu, ficará com a ideia de que a lua está muito maior do que o habitual, um fenómeno que se justifica pelo facto de a lua estar no ponto mais próximo da elipse - o perigeu - a apenas 363 mil quilómetros da Terra.


O facto de esta passagem por esse ponto surgir numa altura de lua cheia dará a perceção de que a lua vai estar, nessa noite, 14% maior e 30% mais brilhante do que é. Os especialistas não esclarecem por que razão a lua parece maior, podendo tratar-se simplesmente de uma ilusão de ótica.

No Porto, a lua nasce às 20h12 e o ocaso será às 5h40, enquanto em Lisboa a lua nasce às 20h09 e põe-se na madrugada de domingo às 5h47.

«Se a luz da lua o acordar na noite de 5 de maio, o melhor será sair da cama e dar uma espreitadela», escreveu Tony Phillips, astrónomo que atualiza o site de informações da NASA.

Retirado de www.abola.pt