segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

METEORITO vs. ASTEROIDE - "Death from the Skies"


Este post é mesmo muito curto.

Tinha falado no último post, METEORITO vs. ASTEROIDE - Estão relacionados?, num livro muito bom de Philip Plait.

Deixo aqui a imagem da capa, para que os eventuais interessados possam procurá-lo. Se gostam de uma escrita rigorosa mas bem humorada, este livro vai fazer as vossas delícias.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

METEORITO vs. ASTEROIDE - Estão relacionados?

Resposta pronta: NÃO!

E agora sim, descrevo o post que vou fazer. Ou melhor, a série de posts que inicio hoje.
Gosto de escrever posts em sequência, desde que estejam relacionados, obviamente. Penso que assim consigo abranger temas mais alargados sem ser demasiado maçador, centrando as minhas atenções em um "subtema" de cada vez. E este tema é altamente propício a isso. Não sei se vou fazer 1 post sobre isto ou se vou fazer 10. Sei que vou escrever sobre um tema atual.

Na semana passada (15/02/2013), o Mundo acordou para a Astronomia, graças às notícias que davam conta da queda de um meteorito na Rússia e da passagem (muito) próxima da Terra de um asteroide. De repente, parecia que o Universo nos queria matar. Já dizia o astrónomo Philip Plait no seu "Death from the Skies" que o Universo tem várias formas para acabar connosco. E tem. Já agora, recomendo VIVAMENTE a leitura deste livro. Li-o na sua versão original (a inglesa) e adorei. Não sei se há em Português.

Voltando ao tema... no outro dia disseram-me uma coisa grotesca:

"Isto está tudo f...! Agora estamos a ser bombardeados por pedras!"

Sim, numa visão pouco romântica são pedras.
Sim, podemos chamar-lhe... "bombardeamento".
Mas, good news! Se isto é um bombardeamento, o que se passou aquando da formação da Terra e do Sistema Solar foi uma guerra nuclear! E dessa já estamos livres! O que temos agora são resquícios dessa guerra... 

Nota de rodapé: como em todas as guerras, os danos ficam por muito tempo após o último tiro ser disparado...

Quando o Sistema Solar estava a formar-se, o... "bombardeamento" foi muito mais feroz. Os Planetas estavam a formar-se e todas as poeiras, bocados de rocha, detritos de outras explosões e todo o tipo de matéria andava à solta no Espaço à espera de colidir com aquilo que lhe aparecesse à frente.
Muitos Planetas têm as cicatrizes desse tempo.
Os gigantes gasosos (Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno) não nos permitem ver essas cicatrizes porque a sua superfície é gasosa. TESTE 1: Atirem uma pedra pelo meio do nevoeiro para ver se ela deixa marca...
















Em cima, da esquerda para a direita, e de cima para baixo, vemos imagens de Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno. Nem uma marca de crateras de impacto.


Já os Planetas telúricos (Mercúrio, Vénus, Terra e Marte) têm muitas marcas de impactos. A própria Lua as tem. TESTE 2: Atirem a mesma pedra contra uma parede de barro húmido e temos aí a diferença.






















Em cima, da esquerda para a direita, e de cima para baixo, vemos imagens de Marte, Terra, Vénus e Mercúrio. O que não falta são marcas de crateras de impacto.

A atmosfera de um dado Planeta é que determina a erosão que as crateras de impacto sofrerão com o passar do tempo. E aqui, convém referir que estamos a falar de tempo geológico e não da nossa comum ideia de "tempo". Aqui são eras, são centenas ou milhares de milhões de anos. Muito tempo, portanto... Tempo suficiente para as crateras desaparecerem ou, pelo menos, suavizarem.
No nosso caso (Terra), o próprio Homem trata de produzir modificações na superfície terrestre. Menos mal se fosse só na superfície... Mas ainda assim resistem algumas provas do já referido... "bombardeamento".

Essencial a reter após tudo o que disse até agora: impactos com "Corpos Celestes", com estes "Corpos Celestes", são normais.

O que não é normal é acontecerem dois factos dignos de notícia quase em simultâneo. Todos os dias a Terra é atingida por enormes quantidades de... "detritos espaciais". Todos os anos, regularmente, há "chuvas de estrelas", que não são mais do que meteoros. Volta e meia vemos uma "estrela cadente", que não é mais que um meteoro a viajar sem companhia. Não é normal é vir um asteroide fazer um voo rasante quase ao mesmo tempo que um meteoro atinge a Terra! Por exemplo, o próximo voo rasante previsto de um asteroide é, se não me engano, do Apophis, e está previsto para daqui a uns anos (quando fizer um dos próximos posts vou verificar a data efetivamente prevista).

Termino este post da mesma forma como o iniciei:
A QUEDA DO METEORITO E A PASSAGEM PRÓXIMA DO ASTEROIDE NÃO ESTÃO RELACIONADOS!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

CAPELLA

Foi-me pedido um post sobre Capella, a Estrela mais brilhante da constelação do Cocheiro (ou Auriga, para quem preferir a designação original).

Capella (Alpha Aurigae ou α Aur, "Alfa" por ser a Estrela mais brilhante da sua Constelação), é a 11ª Estrela mais brilhante do Céu Noturno e a 3ª mais brilhante do Hemisfério Norte, com Arcturus e Vega a ultrapassá-la nessa classificação.
Mas antes de mais, é preciso saber como a podemos localizar.

Em Portugal, podemos vê-la nesta altura do ano pouco depois do por-do-sol até pouco depois das 3h da manhã. Depois dessa hora, fica muito baixa no horizonte. Uma boa forma de a procurar será encontrar primeiro a Constelação de Orion, de que falei no post anterior. Por perto andará Júpiter e Capella estará localizada de acordo com a seguinte representação, recolhida do Stellarium:
Dentro da sua própria Constelação, Capella está posicionada num dos vértices do losango imaginário que define Auriga:
Ainda que nos pareça uma única e muito brilhante Estrela amarela, Capella é, na verdade, um sistema de 4 Estrelas que formam 2 pares binários. Acaba por ser um sistema relativamente complexo, que a força gravitacional das 4 Estrelas mantém num relativo equilíbrio.
Um dos pares é formado por 2 Estrelas a caminho de se tornarem gigantes vermelhas e em processo de arrefecimento. O outro par é formado por 2 pequenas e ténues Estrelas, frias, classificadas como anãs vermelhas.

Capella foi, há cerca de 200 000 anos, a Estrela Polar. Polaris, a atual detentora do título, não era a Estrela mais próxima do Pólo Norte na altura.

Devido à sua declinação a Norte, acima dos 44ºN de latitude, Capella é circumpolar. Isso quer dizer que nunca nasce e nunca se põe, está sempre visível. Do mesmo modo, abaixo dos 44ºS de latitude, é impossível observar Capella.

Como todas as Estrelas e Constelações, Capella tem um significado mitológico.
Chamam-lhe a "Estrela Cabra", a cabra que o Cocheiro transporta. Será fácil compreender segundo esta representação:
Será muito interessante desenvolver as teorias mitológicas que envolvem as Estrelas. Se calhar vou fazer isso num dos próximos posts... :)

Como exercício, fica aqui uma foto da Constelação, para ver quem consegue identificar Capella.