sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

ANO INTERNACIONAL DA ASTRONOMIA 2009

Interrompo mais uma vez a sequência a que me tinha proposto...
Desta vez, queria informar que este ano é o Ano Internacional da Astronomia, escolhido por fazer 400 anos que Galileu usou pela primeira vez um telescópio. Foi graças a isso que ele descobriu coisas tão básicas como:
  • A Lua tem crateras
  • Vénus tem fases
  • Júpiter tem luas
  • Saturno tem anéis

Este ano vão haver uma série de eventos relacionados com a Astronomia, a que qualquer pessoa pode ter acesso.

Hoje e amanhã vou estar presente na conferência Astronomia e Ciências Espaciais 2009, no Centro Multimeios de Espinho.

Quem estiver interessado, pode consultar os seguintes sites:

http://www.astronomy2009.org/ (site internacional)

http://www.astronomia2009.org/ (site Português)

Aqui tem toda a informação sobre este ano especial a quem se interessa pela Astronomia.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

SATURNO (luas)

Saturno tem 60 satélites confirmados, alguns deles de grande dimensão, e podemos dividi-los em 2 grandes categorias: os regulares (órbitas quase circulares e pouco inclinadas relativamente ao plano do equador) e os irregulares (órbitas mais elípticas e grande inclinação orbital).
Os regulares são Mimas, Encelado, Tébis, Pleione, Réia e Titã.
Os irregulares são Hipérion, Jápeto e Febe.
Todos os outros são pequenos, não esféricos e gelados, classificação atribuída por terem um índice de reflexão muito próximo do do gelo e densidade semelhante à da água. Reflectem cerca de 60% a 90% da luz solar.

Imagem figurada de Titã, com Saturno em fundo

Entre todos eles, destaca-se Titã, durante muito tempo considerado a maior lua do Sistema Solar, mas verificou-se que isso só acontecia porque tinha uma camada de nuvens muito densa e opaca debaixo da sua atmosfera quase tão transparente como a nossa, que fazia com que o planeta parecesse maior. O seu diâmetro aparentava ser 5400km, mas é, efectivamente, 5140km. Tem um conjunto de compostos químicos que, segundo Carl Sagan (a maior e melhor comunicador e divulgador da Ciência, na minha opinião), poderão originar vida. Microscópica, é certo, mas mesmo assim, Vida! São esses compostos Nitrogénio, Árgon, Metano, Hidrogênio, Etano, Propano, Acetileno, Etileno, Cianureto Diacetileno e Metacetileno. A excentricidade de Titã é enorme, o que faz com que entre e saia da influência do campo magnético de Saturno (magnetosfera) com frequência, o que provoca constantes alterações nos compostos da sua atmosfera e muitos fenómenos atmosféricos, ainda mal explicados.




Imagem real de Titã, cortado pelos aneis de Saturno vistos de perfil e com o satélite Prometeu a ser aquele pequeno ponto visível à esquerda


Outro satélite a merecer algum destaque é Febe, a lua retrógrada. Encontra-se a 12 952 000 km de Saturno. Não mereceu grande estudo até a sonda Cassini mostrar que orbita no sentido inverso de Saturno, ou seja, vê Saturno nascer a Oeste e pôr-se a Este. A sonda Voyager 2 mostrou que Febe tem cerca de 220km de diâmetro e cor avermelhada, por isso, pensa-se que poderá ter sido um asteróide.



Imagem real de Febe

Destaco ainda Jápeto, por ser o satélite com maior variação de albedo (brilho) do Sistema Solar, pois um dos lados reflecte muita luz solar e outro praticamente nenhuma, talvez devido à composição química da sua superfície. Jápeto tem uma estranha cordilheira central, que o divide a meio...

A estranha forma de Jápeto, onde se pode ter uma noção da cordilheira, no equador (em cima)
e uma imagem ao pormenor da cordilheira central (em baixo)
Ambas as imagens são reais.

sábado, 10 de janeiro de 2009

PÔR-DO-SOL EM MARTE

Vou interromper a sequência a que me tinha proposto, de falar de cada planeta do Sistema Solar e de seguida das suas luas, para colocar esta foto maravilhosa do pôr-do-Sol em Marte.
O Sol está a pôr-se atrás da cratera Gusev, a 80km de distância, e é visível num tamanho de cerca de 66% em relação ao que é visível da Terra.
A imagem foi apenas ligeiramente tratada, sendo que apenas o ar teria um tom mais avermelhado devido às partículas presentes na atmosfera marciana, mas que direccionam a luz azul na direcção ilustrada pela foto.
A imagem de paz e tranquilidade é quase comovente. Já vi incontáveis fotografias relacionadas com Astronomia, mas esta é tão simples e tão tocante...
Temos de agradecer à Spirit por esta pérola fotográfica, conseguida em 19 de Maio de 2005.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

SATURNO

Confesso que Saturno é um planeta que me fascina. E posso dizer isso porque este blogue não pretende ser só o repositório daquilo que vou aprendendo ao longo da minha vida, mas sim o espaço onde me permito opinar sobre esses factos...
E Saturno tem um especial mistério, apesar de ser igual a tantos outros pontinhos iluminados no céu nocturno, quando visto a olho nu.

Saturno é o segundo maior planeta do Sistema Solar, um gigante adornado com milhares de partículas geladas que giram em torno dele, formando anéis, autênticas pedras preciosas num espaço dominado pelo vácuo e pelo negro.
Situa-se a 8,55 U.A. da Terra. Uma órbita em torno do Sol demora 29,46 anos! A seguir a Vénus, é o planeta mais inclinado no seu eixo de rotação, em torno de si mesmo, portanto. O seu raio é de mais de 60250km (cerca de 10 vezes superior à Terra) e é 95,14 vezes mais pesado que o nosso planeta. Tal como Júpiter, tem uma rotação extremamente rápida, demorando menos de 11 horas a dar uma volta sobre si mesmo. Tem 56 luas conhecidas, de que falarei um pouco no próximo post.

Imagem real de Saturno, com o Sol em eclipse. A Terra é um ponto azul minúsculo, visível no lado esquerdo, junto ao primeiro anel mais separado.

A gravidade na superfície de Saturno é de 1,16G, e a temperatura média à sua superfície é -80ºC. É composto por Hidrogénio e Hélio, tal como Júpiter, e as semelhanças não se ficam por aqui. As zonas escuras correspondem a zonas com gás a baixas pressões que afundam, e zonas brilhantes com gás a altas pressões que ascende. Há, também, tempestades ovais, mas com menor intensidade que Júpiter. A coloração pálida de Saturno deve-se a uma camada de metano presente na atmosfera exterior do planeta, que obscurece as nuvens interiores.

Imagem figurada de Saturno, onde se vê claramente a Divisão de Cassini.


O sistema de anéis é o mais visível do Sistema Solar. São partículas a temperaturas muito baixas, que podem variar desde tamanhos muito pequenos a vários quilómetros de diâmetro, cada qual com uma órbita independente. A faixa escura que se vê é a Divisão de Cassini, descoberta pelo Italiano Giovanni Domenico Cassini, no séc XVII.