terça-feira, 23 de junho de 2009

VÉNUS AO AMANHECER

Na noite de Domingo para 2ª feira deitei-me às quinhentas.

Fiquei a estudar até tarde e eram 5h e pouco quando fui para a cama. Mas antes ainda me lembrei de tentar ver Vénus ao amanhecer. Por essa hora já devia estar bem visível a Este. Abri uns buraquinhos do estore do meu quarto e espreitei. Lá estava ele, imponente, a dominar as atenções. Parece-me mais brilhante ao amanhecer do que ao anoitecer, não sei porquê. Se calhar é das saudades de o ver...

Vénus, inconfundível, é o ponto luminoso em cima, ao centro da imagem

Pertinho de si estava uma Estrela vermelha. Pensei um pouco em qual seria... Ocorreu-me que fosse Aldebaran, mas não pude comprovar porque não vi a forma do Touro. Não sei se por haver alguma claridade já, ou se por causa das nuvenzitas estúpidas que salpicavam o Céu. Mas caramba, parecia mesmo!

Pensei ligar o computador (desligado minutos antes) para ir ao Stellarium comprovar a minha teoria, mas deixei para o dia seguinte. Enquanto não adormeci fiz contas de cabeça para saber se seria mesmo Aldebaran. Só me faltava a certeza, que obtive no dia seguinte.

Melhor que conhecer as Estrelas pela sua localização, é reconhecê-las pelo aspecto, só de olhar...

segunda-feira, 22 de junho de 2009

THE ORIGINS OF LIFE

Fui hoje ao Centro Multimeios de Espinho assistir ao documentário "The Origins of Life" e saí de lá deliciado.
O filme é curto (23min) mas é fantástico. Abordam-se temas tão variados e ao mesmo tempo tão próximos como Astronomia e Biologia, ou o Big Bang e a simbiose das células.
Uma das inovações do filme é ser em cinema imersivo (penso que é assim que se chama). A exibição não é "em tela", mas sim no planetário. A sensação de se estar dentro do oceano ou a ser rodeado por uma chuva de meteoros é real, e dei por mim a olhar não só para a frente e para os lados, mas também para trás.
Aqui fica um trailer do filme:

domingo, 14 de junho de 2009

A PRIMEIRA OBSERVAÇÃO

Na 6ª feira passada, finalmente estreei o meu telescópio no terreno. A meio da tarde recebi uma mensagem de um colega que reencontrei num forum e acabámos por combinar.
Estava uma noite fantástica, escura como breu, e a vontade de me estender no meio do chão a olhar para cima surgiu mal chegámos. Depois veio a parte de montar o telescópio. Confesso que me senti estúpido e ignorante, pois em casa parecia-me tão fácil e ali custou-me um bocado a encaixar as peças todas, mas com uma ajudinha consegui levar a água ao meu moinho. Claro que o grau de estupidez aumentou quando me apercebi que não podia experimentar o buscador starpointer porque me esqueci de lhe pôr a pilha, mas pronto... o que eu queria era apontá-lo ao céu. Da próxima vez não me esqueço.

Um telescópio igual ao meu...

Com a ajuda do Bruno vi Saturno entrar na objectiva do MEU telescópio. Era uma bolinha pequenina, mas não importa. Ele estava lá. Pena os aneis estarem numa posição pouco favorável, mas deu para ver as "orelhinhas"... Passámos um bocado na conversa e quando fui espreitar de novo já lá não estava. Lá tive de ir à procura dele até o apanhar. Foi o primeiro objecto que "cacei". Soube deliciosamente.

Pensei que o melhor era mesmo apontar ao básico, para primeira noite, para tomar o gosto e ganhar a prática que TANTO me faltava e falta. Antares, Arcturus, Deneb, aquelas estrelas infalíveis... foram pequenas vitórias, é saboroso conseguir coisas as bocadinhos.

Depois apontei a M13, em Hércules. Estava a chegar ao zénite, por isso a ginástica foi grande (e eu à rasca das costas...). Tenho de confirmar, mas penso que M13 é um enxame globular visível a olho nu. Eu ia jurar que tinha visto uma mancha muito débil mesmo antes de apontar para lá a objectiva do meu telescópio...

Enxame globular M13

Ainda apontei para Sagitário. Perdoem-me a minha falta de experiência, mas não sei se foi a M8 ou M28. Tenho quase certeza que foi M28, ali perto de Kaus Borealis.

Depois a Lua nasceu pouco à frente de Júpiter, estragou a visão da noite escura, mas brilhou de uma forma espectacular. Já estávamos a arrumar, mas ainda deu para contemplar um pouco. O primeiro detalhe que consegui identificar (penso eu de que) foi a cratera de Tycho. Mas isso são coisas para desenvolver de uma próxima vez.
Tenho de experimentar várias coisas, como o starpointer com pilha e trocar de ocular. Tenho de 20mm e 10mm, mas nem cheguei a utilizar a de 10mm. Só vendo as diferenças entre ambas na prática vou poder ir percebendo melhor como a Óptica está tão relacionada com a Astronomia. Talvez já me possa considerar um astrónomo amador, ainda que mesmo muito amador... pelo menos, gosto de pensar que sou.
Permito-me a liberdade de partilhar convosco um pouco do que senti na minha primeira observação. Se cometi alguma imprecisão técnica, é fruto da inexperiência.
Se dúvidas houvesse com a minha paixão pela Astronomia, dissipar-se-iam todas na 6ª feira à noite.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

NEBULOSA CABEÇA DE CAVALO

Tempo e clima para observar é zero...
Mas deixo aqui umas fotos deslumbrantes da Nebulosa Cabeça de Cavalo (Horsehead Nebula, também conhecida por Barnard 33).

Situa-se na constelação de Orion, logo por baixo de Alnitak (a Estrela mais à esquerda do Cinturão de Orion), e é um conjunto de poeira e hidrogénio ionizado, iluminado pela estrela próxima Sigma Orionis, dando origem ao tom avermelhado.

Está a 1500 anos-luz a Terra e foi descoberta em 1888.