sexta-feira, 4 de outubro de 2013

A COR DO CÉU NOS PLANETAS INTERIORES

Há algum tempo deixei aqui alguns textos acerca das cores que o céu pode tomar.
Claro que todos esses textos refletiram o ponto de vista "terrestre".

Hoje levanto o véu sobre as cores que o céu pode tomar quando visto da superfície dos Planetas interiores, ou seja, Mercúrio, Vénus, Terra e Marte.
Mas antes disso, convém primeiro lembrar o que é a cor. Ou melhor, por que motivo vemos determinada cor. E para isso, há que recordar o espetro eletromagnético:


A cor da luz do Sol é branca, porque a vemos como a mistura de todas as cores. É por isso que, quando olhamos diretamente para o Sol, vemos branco.
O que torna o céu azul é o espalhamento que a luz sofre, ou dispersão, ao passar na atmosfera. Cada elemento da atmosfera é responsável pela dispersão de um determinado comprimento de onda. Na atmosfera da Terra, maioritariamente composta por oxigénio e nitrogénio, o comprimento de onda que sofre mais dispersão, é o da cor azul.

Isso explica o motivo de o céu na Lua ser sempre negro. Só vemos branco quando olhamos diretamente para uma Estrela, por exemplo. Em todo o resto do "céu lunar", e uma vez que não há atmosfera que disperse o que quer que seja, o céu é negro (sinónimo de ausência de luz). O mesmo se passa no céu visto dos Asteroides e das Luas de outros Planetas, por exemplo, pois os corpos são tão pequenos que não têm gravidade suficiente para reter atmosfera.

A mesma questão afeta Mercúrio. Sendo tão pequeno, Mercúrio não retem atmosfera, o que faz com que a luz do Sol atinja diretamente a superfície do Planeta, sem sofrer qualquer dispersão. Logo, céu negro!

Mas nem todos os Planetas são tão descoloridos e aborrecidos como Mercúrio.
Vénus tem um céu bem mais interessante. A atmosfera, lá, é tão densa, que pequenos comprimentos de onda não conseguem penetrar até à superfície. O violeta, o azul e o verde, por exemplo, são bloqueados nas camadas superiores da atmosfera. O pouco que consegue entrar acaba por ser sucessivamente refletido para as camadas mais altas até se dispersar para o Espaço.
O comprimento de onda que consegue atingir a superfície é o vermelho, como uma espécie de por do Sol por todo o lado. Mas uma vez que o enxofre nas nuvens altas dão uma coloração amarelada, a mistura final dá um céu cor de laranja em Vénus.

Já em Marte o céu será uma mistura entre o cor de rosa e o púrpura. Isso acontece porque a atmosfera marciana é muito mais rarefeita que a terrestre, e porque as poeiras de óxido de ferro que cobrem a superfície do Planeta são levadas pelos ventos que ocorrem em Marte até à atmosfera. Se a atmosfera fosse limpa destas poeiras, o céu marciano seria azul, embora um azul mais escuro, devido à menos espessura da atmosfera, quando comparada com a da Terra. Vejamos algumas imagens de Marte, todas recolhidas pela Mars Pathfinder:







Em cima, temos à esquerda a imagem do céu ao meio dia de Marte, o mais claro que pode ficar. À direita, é a imagem do por do Sol em Marte.

Em baixo, vemos o céu púrpura de Marte e a presença de nuvens geladas na imagem da esquerda. À direita, temos na mesma o momento do por do Sol, registado pela Mars Pathfinder.



1 comentário:

Anónimo disse...

muito show :)