sábado, 31 de outubro de 2015

MISSÃO ROSETTA EM VÍDEO

É por coisas deste género que admiro a forma como a Agência Espacial Europeia (ESA) divulga a Ciência.
Aqui, podemos ver a missão Rosetta explicada num vídeo educacional fantástico, que dispensa qualquer apresentação que eu possa fazer. 
São dois minutos muito bem investidos.



segunda-feira, 19 de outubro de 2015

VULCÃO SARYCHEV VISTO DO ESPAÇO

Dei hoje de caras com esta foto e com este vídeo, tiradas pela Estação Espacial Internacional. 
Remontam a 2009, e respeitam à erupção Sarychev, nas Ilhas Kuril, a nordeste do Japão. As cinzas deste vulcão chegaram a atingir uma distância de quase 2500 km a este-sudeste e quase 1000 km a oeste-noroeste.

Créditos: NASA

O facto de haver uma clareira em redor da explosão tem 3 possíveis explicações, e os cientistas não chegaram a acordo sobre o que a originou. 
A primeira hipótese é que não tem nada a ver, e resulta apenas da disposição natural das nuvens.
A segunda diz que a onda de choque que derivou da explosão provocou este movimento nas nuvens.
Por fim, outra teoria diz que ao passo que a coluna de fumo sobe, o ar lateral desce e tende a aquecer, fazendo com que as nuvens evaporem.
Independentemente da teoria, as imagens são incríveis.


segunda-feira, 12 de outubro de 2015

ÁGUA EM MARTE? VAMOS LÁ COM CALMA...

O mundo científico (e não só...) explodiu de emoção há algumas semanas, quando foi descoberta "água líquida e corrente" em Marte. Entendo a necessidade dos média de apresentarem notícias bombásticas, que prendam o leitor/ouvinte/telespetador, mas nem sempre o rigor é respeitado. Vamos lá então...

Foi encontrada água líquida em Marte? Não. As pessoas ficam logo com a ideia que correm lá rios de água e que Marte é um aquário cheio de peixinhos, mas essa é a força, quiçá negativa, dos média.
O que foi encontrado em Marte foram evidências de que a água líquida pode correr em Marte, graças à existência (real e descoberta efetiva!) de sais minerais hidratados na superfície do Planeta Vermelho. Esses sais (possivelmente cloreto de magnésio, perclorato de magnésio e perclorato/percloreto de sódio) é que permitem que a água congele a cerca de -70 ºC e evapore a aproximadamente 24 ºC. 

O que é que isto tem assim de tão especial? É que assim, a água tem muito mais probabilidade de estar mais tempo no estado líquido. Além disso, os sais que mencionei acima existem em locais onde houve água líquida recente. AINDA NÃO SE VIU NENHUM RIO!

Há ainda outra "evidência" (termo que difere de "observação factual") de que PODE haver água líquida em Marte.
Foram descobertas estrias em algumas zonas localizadas do Planeta, como mostro na imagem em baixo.

Foto: NASA

Estas estrias escuras e estreitas na Cratera Hale são supostamente formadas pelo curso sazonal de água corrente. Têm aproximadamente 100 metros. Surgem por altura do verão marciano, e convenhamos que fazem mesmo lembrar algumas imagens que nos são muito familiares aqui na Terra. No entanto, ainda não se viu efetivamente a água a correr!

E agora começa muita gente a imaginar que mais cedo ou mais tarde vão aparecer pequenos homens verdes ou cinzentos, daqueles que toda a gente diz que os americanos escondem do mundo.
Mais uma vez, vamos lá com calma... 

Acredito piamente que não estamos sozinhos no Universo. Tendo uma noção da dimensão... inimaginável... do nosso Universo, é absurdo pensar que somos os seus donos e senhores. Contudo, o próximo passo é descobrir vida microbiana. Se isso acontecer, esse passo será de gigante.

Por isso, ainda não descobrimos água corrente em Marte, mas a descoberta que foi feita pela NASA há algumas semanas foi igualmente fenomenal. E alimenta um dos sonhos mais antigos da Humanidade.