sábado, 26 de dezembro de 2009

O CATÁLOGO DE MESSIER - ainda M1

E porque falei um pouco da Nebulosa do Caranguejo no post anterior, continuo neste tema.

Ainda não a observei pessoalmente, mas está claramente nos meus planos procurá-la no céu nocturno.

Pensa-se que o seu nome foi atribuído pela primeira vez por Lorde Rosse ( 1800 - 1867 ), um riquíssimo astrónomo inglês que construiu o maior telescópio do mundo na sua época, localizado no Castelo Birr na Irlanda. Ao detectar a estrutura filamentar da nebulosa em 1844, disse que os filamentos que se estendiam a partir da Nebulosa pareciam as pernas de um caranguejo.

Contudo, a Nebulosa do Caranguejo foi descoberta em 1831 por John Bevis e, mais tarde, foi novamente observada por Charles Messier quando procurava o Cometa Halley, na primeira vez que se previa a sua re-aparição. Ao detectar que não tinha movimento, Messier percebeu que não tinha encontrado o Cometa e decidiu fazer o catálogo de objectos celestes que o celebrizou, para não haver mais confusões futuras, como eu referi no post inicial sobre este tema.

Por isso, este objecto é o primeiro do seu catálogo, M1.

Estudos mais recentes demonstram que esta nebulosa é a remanescente da tremenda explosão de uma estrela, como uma supernova que se tornou visível a olho nu durante o ano de 1054 dC e foi registada por astrónomos chineses. Como eles lhe chamaram, foi uma "Estrela convidada". Foi uma das poucas supernovas visíveis de toda a nossa galáxia!

Foi cerca de 4 vezes mais brilhante que Vénus e, segundo os registos, foi visível à luz do dia durante 23 dias, e durante 653 à noite, a olho nu. Há registos dos Índios Anasazi acerca desta explosão de supernova, a Estrela convidada.




A sua magnitude de 8,4 não torna fácil a sua localização aos astrónomos amadores como tenho a pretensão de me considerar, mas para os experientes não deve ser difícil. Contudo, penso que conseguirei se souber bem a sua localização, junto ao "corno" mais austral da constelação de Touro, próximo da Estrela Zeta Tauri. Mas isso são cenas para os próximos capítulos...

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O CATÁLOGO DE MESSIER - M1

Estou sem tempo para actualizar o blogue com frequência, mas deixo hoje a imagem do primeiro objecto do Catálogo de Messier.

Eis M1, a Nebulosa do Caranguejo (Crab Nebula).

Primeiro, tal como é vista de um telescópio não muito grande, depois em grande detalhe. Falarei sobre ela um pouco mais à frente.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O CATÁLOGO DE MESSIER

Hoje falo do Catálogo de Messier.

Basicamente, é uma listagem de objectos interessantes para serem observados, mas não foi com essa intenção que essa lista foi criada. A intenção do astrónomo francês Charles Messier foi compilar num único catálogo vários objectos difusos que poderiam ser confundidos com cometas, e poderiam, por isso, baralhar as observações feitas por outros astrónomos, porque os instrumentos da altura eram bastante limitados. Segundo o próprio:

"O que me motivou a elaborar o catálogo foi a nebulosa que eu descobri logo acima do "chifre" mais austral da constelação de Taurus (o Touro) em 12 de setembro de 1758, enquanto procurava observar o cometa daquele ano... Esta nebulosa tinha uma tal semelhança a um cometa, em sua forma e brilho, que procurei esforçar-me para achar outras, de modo que os astrónomos não confundissem estas mesmas nebulosas com cometas que estivessem a começar a brilhar. Posteriormente, realizei observações com telescópios refractores apropriados para a busca de cometas, e este é o propósito que tive ao montar o catálogo... "

Certo é que Messier compilou uma lista de 110 objectos difusos entre os anos de 1758 e 1782, com nebulosas, galáxias e aglomerados, que se afiguram como óptimos alvos de observação e estudo por parte de astrónomos amadores e profissionais.
Aqui está uma imagem dos objectos que fazem parte dos 110 listados por Messier.


Nos próximos posts vou falar um pouco da lista e dos dados que ela fornece, bem como de algumas suas particularidades.