Este espaço, por ser um cantinho do Espaço, é também um cantinho de mim.
Sou demasiado viciado no que gira por cima das nossas cabeças para não me permitir confundir um bocadinho... Por isso, perdoem-me alguns posts menos técnicos, científicos ou factuais, pois por vezes é aqui que desabafo.
Depois de tanto tempo a escrever sobre um tema tão objectivo, hoje tenho um post que é tudo menos isso.
Há poucas semanas houve um problema num prédio aqui ao lado, e tive de me manter acordado a maior parte da noite. Uma vez que já não fazia sentido ir para a cama, optei por ir directo para a faculdade. Eram 5h30 quando saí de casa. Tive tempo para ver as Estrelas e matar saudades delas, porque a chuva tinha dado, nessa noite, umas deliciosas tréguas. Era uma 6ª feira de manhã e eu ainda me sentia em modo 5ª feira, mas aquele bocadinho fez-me um bem impressionante. Como só ia apanhar o comboio das 6h04, tive tempo de ir devagar a olhar para cima, a sentir o frio bater-me no rosto, e ir ouvir os pássaros e o mar. Estava zero de vento, o que permitiu concentrar-me no silêncio da noite, enquanto consegui não congelar.
Não estava sozinho. Senti comigo Saturno, Vénus, Antares, Vega, Altair, Capella e tantas outras...
Quando saí do metro para ir para a faculdade, apercebi-me como tinha muita sorte por fazer o caminho em direcção a Este, ou seja, de frente para o nascer do Sol. Os tons aí estavam alaranjados, sublimes, a invadir o dominante azul escuro da noite.
Apesar de tudo, dos problemas e da falta de sono, aquele bocadinho permitiu-me encontrar-me comigo mesmo. Coisa tão rara nos últimos tempos...
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